Aprendendo com os personagens
Divertida Mente 2 chegou para trazer mais reflexão e entendimento sobre o papel fundamental de todos os sentimentos. Este segundo filme demonstra, com mais clareza, que todos os sentimentos são importantes e que o desequilíbrio ou excesso é que pode ser um problema.
Os personagens representam algumas emoções que influenciam as nossas atitudes: raiva, alegria, medo, tristeza, ansiedade, inveja, vergonha, tédio e nojo. Cada um deles nos ajuda a entender melhor nossas necessidades e ações. Vamos explorar cada personagem e ver como eles refletem aspectos importantes de nossas vidas e como podem ser trabalhados através da Comunicação Não Violenta (CNV) e da educação positiva.
A importância das emoções na CNV e Educação Positiva
Na CNV, nenhuma emoção é considerada errada. Todas têm uma função essencial em nossas vidas, comunicando necessidades que estão sendo cuidadas ou que precisam de atenção. A educação positiva corrobora com essa visão, estimulando os adultos a reconhecer, acolher e nomear os sentimentos das crianças como passo no desenvolvimento da inteligência emocional.
Medo
O personagem Medo é um convite para olharmos para as necessidades de aceitação e pertencimento. Em outro contexto, o medo poderia comunicar uma necessidade de saúde e bem-estar físico. Levando para o ambiente escolar, saber disso, pode apoiar pais e educadores a compreender e lidar com algumas atitudes, inclusive a identificar situações de violência. A pergunta que fica: de onde vem esse medo que o aluno está comunicando?
Tristeza
A personagem Tristeza é um convite ao cuidado e à empatia com a gente mesmo e com as outras pessoas. Ninguém é feliz o tempo todo. Nem as crianças.
A tristeza também pode ser um sinal de necessidade de pertencimento, reconhecimento, ou conexão. Uma das cenas mais lindas deste personagem está no filme 1, quando ela escuta com empatia e cuidado o Bing Bong, ex-brinquedo preferido da Riley.
Alegria
A personagem Alegria ilustra a satisfação em ter nossas necessidades atendidas e/ou correspondidas da forma como gostaríamos. Ela nos convida a reconhecer e valorizar nossas conquistas diárias e momentos felizes, mesmo aqueles que não parecem tão significativos, mas que de alguma forma preenchem lacunas em nossas vidas.
Raiva
O personagem Raiva nos ensina que este sentimento pode ser um sinal de que a necessidade de respeito ou de reconhecimento não está sendo atendida. Com a Educação Positiva podemos aprender a reconhecer e validar a raiva, transformando-a em uma força para a mudança positiva. Interpretado de forma adequada, o sentimento de raiva pode ser um impulso para mudanças positivas que satisfaçam nossas necessidades.
Nojinho
Nojinho simboliza um tipo de repulsa a algo com que não concordamos ou que de alguma forma fere nossas necessidades. Ao mesmo tempo, essa personagem nos ensina a aceitar as nossas imperfeições e a do próximo também. É um sentimento que não deve ser ignorado, pois nos comunica, sem grande esforço, algum incômodo ou desconforto.
Ansiedade
Está muito ligada a preocupações com situações futuras sobre as quais não temos muita segurança. No filme, ela demonstra seu papel como estímulo ao movimento de planejamento e previsibilidade. O grande desafio é o peso que damos para ela, principalmente, quando necessidades como aceitação ou reconhecimento estão em jogo, e estamos alimentando pensamentos negativos. Reconhecer as necessidades por trás da ansiedade e os pensamentos que estamos vivos em nossa mente pode ajudar a não surtar, a criar estratégias para reduzir o estresse e a aumentar a confiança.
Inveja
A personagem Inveja nos desafia a olhar para nossas necessidades de capacidade, autovalor e reconhecimento, além de sinalizar desejos e coisas que são importantes para nós. No contexto escolar, a inveja pode surgir quando uma criança sente que está sendo tratada de forma desigual, com menos afeto ou cuidado, por exemplo. Reconhecer a inveja pode ser um caminho importante de autoconhecimento e cuidado.
Vergonha
A personagem Vergonha é um convite para entendermos nossas necessidades de aceitação. Muitas vezes, esse sentimento de uma comparação feita com outras pessoas que acreditamos ser melhor do que nós de alguma forma ou quando agimos em desacordo com o que gostaríamos. Ela pode ser mais intensa e negativa quando a educação que a pessoa recebeu foi desrespeitosa, baseada no medo, na culpa ou na vergonha. A vergonha é um recurso de preservação e, em muitos momentos, um contraponto ao amor próprio.
Tédio
A personagem Tédio nos lembra a importância da pausa e do ócio criativo. Ela nos convida a explorar a necessidade de descanso e sentido. Segundo os psicólogos James Danckert e John Eastwoo, o estado de inércia do tédio é, acima de tudo, “um chamado à ação, um sinal para se tornar mais engajado” – ou para tentar algo diferente. No ambiente escolar, o tédio pode indicar que uma criança não está sendo desafiada o suficiente ou que as atividades não estão alinhadas com seus interesses.
A CNV e a educação positiva nos ensinam a desenvolver a nossa inteligência emocional, ampliando o nosso repertório e aprendendo a lidar com as emoções e os sentimentos de maneira saudável e construtiva.
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