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Lidando com a agressividades das crianças

Atualizado: 18 de fev.

Para início de conversa, é importante lembrar que todo comportamento é a comunicação de sentimentos e necessidades. Inclusive a agressividade, a resposta ríspida e aquele comportamento desafiador que as crianças podem apresentar.


Marshall Rosenberg diz que:

“Toda violência é a expressão trágica de uma necessidade não atendida

É trágico porque o comportamento pode gerar mais dor e mais desconexão, além de ser baseado no medo, na culpa ou na vergonha.


O que muitos pais não sabem é que existem vários fatores que influenciam o comportamento de uma criança, como:

  • O comportamento típico de cada idade

  • O funcionamento do cérebro

  • Desencorajamento

  • Necessidades não atendidas

  • Falta de habilidade e capacidade para lidar com os sentimentos e emoções.

  • A maneira como os pais escolhem viver e se relacionar com eles.

  • As relações com as pessoas próximas

  • Doenças ou incapacidades orgânicas/fisiológicas

  • Excesso de telas

  • O ambiente físico e espiritual

  • As tendências que a criança pode manifestar nesta vida.



Enfim, são vários os fatores que influenciam o comportamento desafiador de uma pessoa e rotular seu filho como difícil ou agressivo não vai ajudar em nada na hora de lidar com ele. (Nas mentorias individuais, podemos investigar e cuidar juntas/os dos desafios que você vive em sua casa)


Isso significa que você vai aceitar tudo? Não. O convite é olhar para além do comportamento e tentar compreender a criança com um ser inteiro e complexo, assim como nós. Um ser único que pede por cuidado, afeto e orientação.


Pensa comigo: quando a criança ainda não sabe comer, ensinamos. Quando não sabe andar, ensinamos; quando não sabe usar o vaso sanitário, ensinamos. E o que fazemos quando ela não sabe se comportar? Também ensinamos.


Vale lembrar que ensinar não é punir. Punição é violência. Ensinar é um caminho construído na base do respeito mútuo, do afeto e da orientação firme e gentil ao mesmo tempo. Por isso, é fundamental olhar para a criança com um ser humano digno de respeito e amor, assim como nós.


E a agressividade?


A agressividade é um comportamento expresso por palavras ou ações. Ela pode ser a manifestação de uma desregulação emocional somada a uma falta de habilidade para lidar com os sentimentos; um pedido de apoio ou aceitação; a manifestação de necessidades com autonomia, escuta ou aceitação... Lembra do início da nossa conversa? São vários fatores que influenciam o comportamento.


Alfred Adler, referência da psicologia humanista, acreditava que a motivação primária de todos os seres humanos é serem aceitos e se sentirem importantes. E, constantemente, as pessoas buscam estratégias para alcançar isso. As vezes as estratégias são mais saudáveis e assertivas que outras.


Para lidar com a agressividade da criança é fundamental ter em mente que o comportamento é uma comunicação e que o seu papel como pai/mãe é ajuda-la a lidar com o que está por traz desse comportamento.


Aqui vão algumas sugestões práticas:


  • Valide os sentimentos, não o comportamento. “Eu vi que você está bravo. Está tudo bem se sentir assim. Você pode me dizer com palavras por que você está com raiva?”

  • Dê presença silenciosa e empática, ajudando a criança na corregulação emocional. Aqui você pode usar o poder da sua mente e a sua energia (se você estiver bem) para envolver a criança.

  • Lembre-se que o seu exemplo é a principal forma de educação. Como você tem lidado com seus sentimentos?

  • Não leve para o lado pessoal. Evite reagir à agressão com agressão. Entrar na dinâmica de competir com a criança aumenta a disputa de poder e modela o oposto do que você gostaria.

  • Lembre-se que um cérebro desconectado não aprende. Na hora da explosão emocional não é momento de tentar educar com teorias, é momento de acolher e amparar.


Depois que a criança estiver regulada, aí sim, é o momento de investigar e pensar em estratégias de conexão e educação positiva “preventiva”.

 

Como diz Jane Nelsen, uma criança malcomportada é uma criança desencorajada. Logo, é importante compreender a causa desse desencorajamento.


Algumas perguntas para apoiar essa investigação:


  • Como foi o dia da criança até agora?

  • Quais foram os possíveis gatilhos para a desregulação emocional da criança?

  • A criança estava com alguma necessidade física não atendida (sono, fome, precisando ir ao banheiro, sede)?

  • Como estava o ambiente físico e espiritual no dia da explosão emocional?

  • Quais as possíveis necessidades ela estava precisando ou buscando?

  • Quais comportamentos são esperados na idade do meu filho?



Essas são apenas algumas sugestões para você começar a lidar com a agressividade das crianças de maneira construtiva e não-violenta.


O que não pode sair do seu radar:

  • Todo sentimento é válido, mas nem todo ação.

  • Punição só piora o comportamento.

  • A criança tende a se comportar melhor quando se sente amada e aceita.

  • Não espere mais do que a sua criança é capaz de dar no momento.

  • O exemplo arrasta.

 

Espero que esse artigo possa apoiar o seu maternar/parternar. Caso queira uma orientação mais direta para trabalhar a sua relação com seu(s) filho(s), sinta-se encorajado(a) a me procurar. contato@vivercomadeto.com I 31 9.9068.0086

 

 

 

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