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Foto do escritorLaila Tonelli

O que é a Comunicação Não Violenta

A Comunicação Não Violenta-CNV é uma forma de comunicação que contribui para a melhora da qualidade dos relacionamentos, tanto em nível intrapessoal (com a gente mesmo), quanto interpessoal (com o outro) e sistêmico (estruturas).


É um caminho de diálogo - baseado na expressão autêntica e na escuta empática - que facilita a compreensão mútua, a resolução de conflitos de maneira pacífica e abre espaço para a criatividade, além de ser um instrumento potente de autoconhecimento.


Mais que uma técnica ou um “jeito certo” de falar, é uma combinação de pensamento, linguagem e estratégias que possibilita a conexão entre as pessoas a partir do entendimento dos sentimentos e das necessidades.

“Ao examinar as necessidades não atendidas por trás do que fazemos e dizemos, a CNV ajuda a reduzir hostilidades, curar a dor e fortalecer relacionamentos profissionais e pessoais”.  Marshall Rosenberg

Em outras palavras, a CNV é um modo de ser, pensar e viver.


Sua origem


A Comunicação Não Violenta (CNV) foi sistematizada pelo psicólogo Marshall Rosenberg, na década de 1960, inspirada pelos ideais de não violência de Mahatma Gandhi e Martin Luther King.


Desde a infância, Marshall queria entender o levava alguns seres humanos a agirem de forma violenta e abusiva, parecendo gostar de ver o sofrimento dos outros, enquanto outras agiam de maneira compassiva, mesmo diante de situações adversar.


Para tentar compreender o que motivava essa diferença de comportamento, Marshall fez doutorado em psicologia clínica, na Universidade de Wisconsin, onde estudou com Carl Rogers (desenvolvedor da Abordagem Centrada na Pessoa). Estudos e vivências no campo das religiões comparadas também fizeram parte de sua jornada.


Ele identificou três fatores que influenciam algumas pessoas reagirem com violência e outras com compaixão, mesmo diante de situações similares:

  • a linguagem que fomos ensinados a usar;

  • como nos ensinaram a pensar e a nos comunicarmos;

  • as estratégias específicas que aprendemos para influenciar os outros e a nós mesmos.

"A Comunicação Não Violenta se baseia em habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem a capacidade de permanecermos humanos, mesmo em condições adversas." Marshall Rosenberg

Como ferramenta de desenvolvimento humano, a CNV é uma metodologia ativa da cooperação que contribui para o desenvolvimento das inteligências emocional e relacional, bem como da segurança psicológica.


Com três dinâmicas - autoconexão, expressão honesta e escuta empática –, utiliza quatro componentes em suas práticas: observação, sentimentos, necessidades e pedidos.


Os 4 componentes

Também conhecidos como passos (mesmo não sendo passos fixos), esses quatro componentes nos ajudam a sair da competição para vivermos na colaboração. 


Observação: esse primeiro componente nos convida a separar os fatos dos julgamentos. Ao invés de levar para a conversa a interpretação ou os julgamentos, dizemos de maneira específica o que aconteceu.


Por exemplo: “Você chegou 30 minutos atrasado nas duas reuniões desta semana” ao invés de “Você sempre chega atrasado” ou “Você é irresponsável”


Sentimentos: esse segundo componente nos convida a olhar para dentro e identificar, genuinamente, o que sentimos no campo emocional e físico. Importante, sem responsabilizar o outro pelos nossos sentimentos.


Por exemplo: “Eu me sinto insegura/preocupada quando os acordos não são atendidos” ao invés de "Você me deixa furiosa!"


Necessidades: o terceiro componente nos convida a identificar o que precisamos - física, emocional ou espiritualmente. Tudo o que fazemos é para atender a alguma necessidade. Ter consciência dela, irá nos ajudar a escolher como agir ao invés de reagir.


Por exemplo: “Quando você não entregou o relatório no dia combinado, eu me senti insegura, porque organização e reconhecimento são importantes para mim”

 

Pedidos: para receber, é preciso pedir. Aqui sim é o lugar das estratégias e da criatividade. Após compreender o que precisamos, somos convidados a pensar no que podemos fazer para cuidar das nossas necessidades. Ou como diria o Marshall, o que podemos fazer para tornar as nossas vidas vida mais maravilhosas?


Por exemplo: “Você pode me dizer o que te impede de chegar no horário?”


Esses são apenas alguns exemplos iniciais para você se inspirar e começar a vivenciar a linguagem da paz.  Cada um desses componentes, possui mais características e camadas de entendimento para a sua vivência.


Segundo o Marshall, para incorporar a CNV em nossa vida é importante estudo, prática e comunidade. Para o aprofundamento, eu te convido a visitar o nosso site para conhecer os nossos cursos e a nossa mentoria.


Em breve, começaremos o nosso grupo de prática mensal. Lista de espera


Texto: Laila Tonelli



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