Pode parecer um tema novo, mas desde a década de 1930, cientistas procuram entender qual a melhor forma de educar os filhos e as consequências que podem ser provocadas no desenvolvimento das crianças educadas por diferentes modelos de pais.
Nesse contexto, surgiu o que chamamos de “estilos parentais" - o nome que se dá para o conjunto de atitudes e práticas dos pais em relação aos filhos. Existem diferentes classificações de estilos parentais em pesquisas. No artigo de hoje, apresentaremos os quatro estilos mais comuns.
➡ AUTORITÁRIO: com muito controle e pouca liberdade, esse estilo parental se baseia na punição e recompensa para garantir a ordem. Nele, os adultos estabelecem todas as regras, sem a participação da criança na decisão. Diálogo e autonomia são pouco valorizados. Nesse estilo, é muito comum o uso de recompensa, punição e ameaças, tendo o medo, a culpa e a vergonha como mecanismos de controle e uso do poder sobre a criança. O famoso “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Como consequência, as crianças e os adolescentes se rebelam ou se submetem. Não desenvolvem a auto responsabilidade, inteligência emocional e outras habilidades sociais fundamentais.
➡ PERMISSIVO: com muita liberdade e pouca ordem, esse estilo parental se baseia em superproteger, mimar ou salvar as crianças. Os adultos são excessivamente tolerantes e querem evitar toda dor e frustração nas crianças. Muitas vezes, após a insistência dos filhos, os pais dizem sim só para se livrarem da “dor de cabeça/chatice”. Aqui, a recompensa também está muito presente, como forma de manipulação e uso do poder sobre a criança.Como consequência, as crianças não aprendem a ter limites e a respeitar os outros, não desenvolvem senso de comunidade, resiliência e inteligência emocional.
➡ NEGLIGENTE: com pouco ou nenhum controle, orientação e afeto. Nesse estilo parental, os pais são ausentes, distantes, indisponíveis emocionalmente e não cultivam o diálogo. Não há ordem nem cuidado com as necessidades das crianças. A negligência pode gerar sérios prejuízos no desenvolvimento físico e emocional, além de abrir portas para abusos e outros crimes.
➡ AUTORITATIVO ou PARTICIPATIVO: com regras claras e muito afeto, esse estilo se baseia na presença, no diálogo e no respeito mútuo. Os adultos dedicam tempo para ensinar e acompanhar o desenvolvimento das crianças, reconduzindo comportamentos negativos e encorajando comportamentos positivos. A comunicação entre os pais e filhos é clara e aberta, os limites são dados de maneira firme e gentil ao mesmo tempo. Nesse modelo, as crianças são encorajadas a desenvolver a resiliência, senso de autovalor e auto responsabilidade, autonomia, bem como outras habilidades sociais e emocionais para se ter uma vida feliz, produtiva, empática e colaborativa.
É neste último o estilo que acreditamos por aqui. Para a sua vivência, utilizamos a Disciplina Positiva, Comunicação Não Violenta - CNV e Justiça Restaurativa como referências teóricas e práticas.
“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”
(Immanuel Kant filosofo 1724/1804)
Bibliografia:
Nelsen, Jane. Disciplina Positiva. Tradução de Bernardette Pereira Rodrigues e Samantha Schreier. 3a. edição, Barueri, SP. Manole, 2015.
Ministério Público de Santa Catarina. Disponível em: https://www.mpsc.mp.br/combate-a-negligencia-contra-criancas-e-adolescentes/consequencia-da-negligencia
Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, disponível em:
Scielo Brasil, disponível em
Comments